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Educação em saúde como estratégia para o país, por Edmilson Jr. Caparelli

Educação em saúde como estratégia para o país, por Edmilson Jr. Caparelli

Sempre soubemos que a saúde e a educação são pilares para o desenvolvimento sustentável de um país. Mas talvez tenhamos nos esquecido de que uma turbulência nessas duas áreas pode custar muito mais do que poderíamos imaginar. Na educação, o processo de recuperação pode levar gerações; na saúde, o risco recai sobre a perda de vidas, em curtíssimo prazo, e um desequilíbrio em cadeia na economia global, como o que estamos vivendo.

Alguém já calculou quanto custará ao mundo a pandemia que ainda afeta o planeta? Nunca saberemos, pois, a circulação do vírus impactou ao mesmo tempo a saúde, a educação, o turismo, a pesquisa, a produção industrial, o desenvolvimento de tecnologia, a logística, os transportes. Enfim, alguns setores que conseguiram seguir com bom desempenho não compensam a tragédia global instalada.

Se não sabemos o custo de tudo isso, uma certeza, porém, é a de que a prevenção da saúde custaria muito menos. E prevenção se faz com educação, desde a formação dos profissionais que atuam neste segmento até a gestão. O executivo da saúde é um profissional sobre quem recai enorme responsabilidade e de quem se cobra inúmeras especialidades.

A saúde é daquelas áreas que englobam tudo: a medicina, mas também a administração, a logística, a nutrição e gastronomia, a hotelaria, o turismo, a tecnologia, pesquisa e inovação e várias outras. A pandemia mostrou a importância do profissional de saúde nas pá­ginas da imprensa em todos os países. Mas temos de lembrar daquele profissional que decide, que imprime a filosofia da gestão e que tem a responsabilidade sobre a tomada de decisão. Este é o executivo que também fez muita diferença neste momento que vivemos. A ele deve­mos, certamente, muitas vidas.

Uma decisão deste gestor de negócios e instituições públicas ou privadas de saúde nunca pode ser desconectada de inúmeras variáveis, daí que, é um profissional que vive cruzando e analisando informa­ções que nem sempre levam a um denominador comum. A comple­xidade dos dados exige, cada vez mais, que este executivo tenha uma formação sólida, múltipla e contínua.

Um hospital, por exemplo, engloba, além dos serviços que vemos quando precisamos de um atendimento, outros serviços que garantem a qualidade, a excelência e a sustentabilidade que são a hotelaria, farmácia, nutrição, tecnologia, o planejamento financeiro, de investimentos, de suprimentos e logística, os recursos humanos e a lista não para aqui, só para termos ideia de quão complexa é uma decisão por mais simples que seja o problema a ser tratado. A tudo isso, soma-se, ainda, as políticas de saúde brasileiras e as possibilidades de epidemias e pandemias. Alguém imagina quantas epidemias conhecidas e silenciosas temos no Brasil?

Entendemos que a atualização e capacitação permanentes desses executivos é um dos principais pilares para a sustentabilidade das ins­tituições de saúde do país, ao lado de uma agenda de cooperação ho­rizontal, em que o intercâmbio seja a tônica dos relacionamentos; ou seja, onde se ensina, se aprende, a solução é trabalhada em conjunto, a cooperação torna-se uma filosofia tanto para a área privada quanto para o desenvolvimento de políticas públicas.

Só para dar um exemplo, no Brasil há um modelo sólido de cooperação em saúde, que são os serviços de hemodiálise. O governo entra com os recursos, a política de saúde e a fiscalização; o setor pú­blico entra com o que mais sabe fazer: pessoal especializado, estru­tura física, atendimento, investimentos etc. Disso resulta um serviço especializado que atende tanto a pacientes do SUS, como particulares e de planos de saúde.

Temos serviços públicos e privados de excelência, mas temos também problemas em inúmeras áreas – como estrutura, atendimen­to, tecnologia etc. – que vitimam na ponta da cadeia: o paciente e seus familiares. Por traz dos serviços de excelência, temos os gestores qualificados, não há como negar. Daí que defendemos a educação e a capacitação desses executivos, além do diálogo permanente entre público e privado como uma estratégia para a saúde brasileira.

* Artigo escrito por Edmilson Jr. Caparelli, presidente do Grupo Mídia

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