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Negócios

O futuro do trabalho pós pandemia, por Wagner Mota

Mesmo antes desta crise global vivenciada por todos nós, a partir da pandemia; notamos a tendência a uma mudança ampla no mercado de trabalho. Um dos temas mais comentados era a influência da tecnologia neste mercado. Falávamos muito em transformação digital, mas percebíamos uma resistência natural de muitas pessoas.

No atual contexto, estamos muito mais envolvidos com a tecnologia; para trabalhar remotamente; fazer reuniões familiares; educativas e outros usos criativos que estamos presenciando. Aliás, nós, brasileiros, temos este talento natural da criatividade que está sendo colocado em prática.

Quais os números?

Diversos estudos projetavam que 70% das posições no mercado, hoje existentes, não existiriam mais (aproveito para recomendar a vocês acompanharem Kevin Kelly, que trata muito bem dos impactos da Inteligência Artificial em nossas vidas). Assim, temos muito claro que diversos profissionais, infelizmente, não estão olhando para a “próxima curva” e, por consequência, não estão se preparando para permanecer no mercado de trabalho.

É importante lembrar que não apenas os profissionais envolvidos com telemarketing, por exemplo, estão sendo afetados – como já é nítido por meio das chamadas feitas por robôs que recebemos constantemente – mas também advogados, médicos, e outros profissionais, já estão sendo impactados pela nova tecnologia, e muito em breve pela nova economia pós pandemia. Por isso, cada vez mais todos nós teremos que nos reinventar.

Movimentos

Podemos observar ao menos dois movimentos de maneira explícita:

O desligamento desses profissionais das organizações, visto que muitos empresários com os ganhos da automação e esse novo fator trazido pela pandemia, e a redução inesperada no ritmo da economia, irão focar na redução de suas folhas de pagamento;
Por outro lado, há um movimento de aproveitar esses profissionais em posições que possam gerar ações mais criativas, estratégicas eficientes dentro do negócio; mais uma vez todos terão que se reinventar; o empresário, o colaborador e o consumidor.
Nessa segunda alternativa, os profissionais precisam estar antenados com as novas linguagens e necessidades dessas posições e do novo mundo que veremos adiante. É muito interessante observar que estamos obrigatoriamente aprendendo a usar recursos da tecnologia de maneira muito mais acelerada que antes; aquelas reuniões que eram marcadas em que vários participantes gastavam muito tempo em deslocamentos, nesta fase, desapareceram. Nosso tempo útil agradece, e a natureza também, pois é poupada da poluição exagerada e desnecessária.

Novos modelos de trabalho

Antes de tudo isso; na filial japonesa da Microsoft fizeram uma experiência de implementação durante 30 dias, do final de semana de 3 dias. Você consegue adivinhar o resultado na produtividade? Um aumento incrível de 40%!

O mercado de trabalho, como conhecemos já estava passando por uma verdadeira revolução, agora isso será acelerado. A melhor forma de surfarmos nesta onda é por meio do aprendizado contínuo.

Como você está usando o seu tempo extra neste momento de recolhimento ou quarentena?

O que mais posso fazer nesta fase?

Esta revolução traz consigo um efeito colateral muito danoso que é a ansiedade excessiva! Como você está se protegendo desse verdadeiro vilão?

Temos boas práticas que podem funcionar como um antídoto como, por exemplo, a Meditação em Movimento (Qi Gong ou Chi Kung), que acaba trazendo diversos benefícios: atenção plena; foco, produtividade, aumento da saúde e percepção daquilo que mais importa em nossas vidas. Essa prática me fez tão bem, que fiz uma formação intensa e hoje sou instrutor.

Oportunidades

A economia circular, a colaboração, o olhar para o comércio local, o empreendedorismo, se mostram como oportunidades importantes após esta crise.

Neste momento, aqueles que estão buscando capacitações, mudanças de modelo mental, reflexões em busca de autoconhecimento, descoberta e desenvolvimento de seus talentos, terão maiores chances de permanecer nas organizações reinventadas.

Assim, há dois comportamentos que podem definir o desligamento ou o aproveitamento dos profissionais em novas posições:

Aguardar o momento de restruturação chegar em sua etapa mais avançada; imaginando que isso nunca o atingirá de forma mais impactante;
Antecipar-se e olhar a próxima curva, capacitando-se antes de o momento chegar!
Que tal olharmos para a próxima curva?

Convite

Convido você a fazer três perguntas neste momento de recolhimento, aproveitando para fazer algo que geralmente não faz em seu dia a dia:

Quem sou eu de verdade (Por que estou aqui?)
Aonde quero chegar?
Como e a quem beneficiarei no caminho e ao chegar lá?
Aproveite esta oportunidade para buscar o autoconhecimento profundo, rever aquilo que de verdade é valioso para você, tomar atitudes diferentes! Não desista de buscar essas respostas em sua vida, quando descobrir, nascerá de novo!

Diga sim a quem você é de verdade e seja feliz.

  • Wagner Mota é advogado, palestrante, instrutor de práticas meditativas e mentor de carreira, com MBA em Liderança, Inovação e Gestão pela PUC/RS