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Saúde

Gastroenterologista explica sobre as mudanças de hábito necessárias para pessoas com gastrite

A Gastrite, inflamação da mucosa do estômago, pode ser aguda ou crônica e estar presente em todo estômago ou algum segmento dele. Nem sempre o que chamamos de gastrite é a presença dessa inflamação, pode ser apenas uma dor de estômago por algum alimento ingerido, por exemplo. “Um estudo recente estima que hoje existem aproximadamente 2 milhões de pessoas convivendo com gastrite no Brasil, sendo de maior prevalência em grandes cidades como São Paulo (76,3%) e Rio de Janeiro (59,5%). O melhor método para diagnostico é através de um histórico clínico, exame físico e exames complementares, como por exemplo a endoscopia.”, disse a gastroenterologista do São Cristóvão Saúde,  Tabata Cristina Alterats Antoniaci.

Segundo a especialista, quem sofre com a gastrite precisa redobrar alguns cuidados, principalmente com a ingestão de certas bebidas e alimentos, como por exemplo: frutas ácidas em jejum; abuso de café e bebidas com cafeína, como o chá preto e mate; condimentos como pimenta, mostarda, ketchup e molhos prontos; frituras; creme de leite; manteiga; enlatados e embutidos (salame/salsicha/presunto). Além de chocolate, carnes e queijos gordurosos.

Em caso de exageros ou ingestão dos alimentos mencionados, a médica orienta a fazer uma alimentação leve. “Em qualquer crise de dor, pedimos que o paciente faça uma alimentação leve, baseada em frutas e legumes, evitando condimentos, frituras, gorduras e alimentos industrializados. É importante se alimentar, pois o jejum prolongado também é um fator de piora nas crises.”, explicou a médica.

Muitas pessoas que têm gastrite também têm refluxo, mas a gastrite não causa o refluxo, como explica a Tabata. “O refluxo e a gastrite podem ocorrer juntos, porém a causa do refluxo não é a gastrite. Ele ocorre quando existe um relaxamento do esfíncter que separa o estômago do esôfago, e com isso, o ácido gástrico ‘sobe’ e causa lesões no esôfago. Nota-se uma piora no refluxo em pessoas que fumam, consumem álcool, comem em excesso, obesos, consomem excessivamente cafeína, chocolate e alimentos condimentados. Em geral, o paciente se queixa de azia, queimação e do próprio refluxo. Existem casos ainda de desconforto na garganta, como pigarro.

A gastrite é uma doença orgânica, ou seja, existe a alteração da mucosa gástrica. “O que vemos muito hoje em dia é o fator emocional relacionado aos sintomas gástricos e até a presença de alteração na mucosa. A esse conjunto de sintomas chamamos de Dispepsia Funcional. Caracterizados por dor ou desconforto estomacal, que pioram com estresse e ansiedade. Por isso, é importante uma abordagem global pelo médico do paciente, avaliando se as duas patologias estão somadas. E, nesse caso, o tratamento da ansiedade é fundamental para a melhora dos sintomas gástricos”, esclarece a profissional.

A boa notícia em meio a isso tudo é que a gastrite tem cura! “A inflamação da mucosa pode ser revertida com tratamento correto e individualizado, utilizando medicação, dieta e mudança no estilo de vida, associado ao controle de comorbidades, como ansiedade”, finaliza a médica do São Cristóvão Saúde.

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